quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Epílogo Ato II - Capítulo 26: O Plano

Data do Jogo: 27/01/2010

Antes mesmo de poder tomar minha decisão, Millo se pronunciou, dizendo que alguem mais deveria tomar essa decisão. Mia deveria se impor, uma vez que isso tudo também a afetava de certo modo.

Questionei Mia, sobre o que ela desejava daquele momento em diante, bem cabisbaixa, ela respondeu, que faria a vontade de seu pai. Pedi a Prometheus que chamasse por meu filho, que gostaria de ve-lo em sua forma verdadeira. O deus da Morte chamou então por um Norus, praticamente adulto. Portava grandes asas, e cerca de 6 chifres por entre os cabelos. Prometheus disse, que essa era a forma verdadeira dele. E ele teria nascido desta maneira, se ele não tivesse interferido.

Novamente, depois de fitar meu filho, virei-me para Mia, e perguntei se ela tinha certeza da resposta dela. Millo dizia para Prometheus, que fosse qual fosse o acordo que Elenor tivesse proposto com ele, Millo não aceitaria trocar a vida dos amigos pela liberdade. Preferiria continuar a sofrer a maldição imposta por Prometheus, de continuar vivendo várias vidas sem atingir nunca seu máximo potêncial.

Eu por minha vez, havia decidido ali. Se Mia de fato me amasse, ela entenderia minha decisão. Conforme Prometheus disse, que Mia o seguiria porque era o que os filhos deveriam fazer, devolvi a mesma afirmação do Deus da Morte, informando que iria pegar meu filho, e voltar ao plano Material. Se Mia quisesse, me seguiria, assim como eu esperava que fosse. E assim, disse que partiria assim que os outros chegassem.

Prometheus riu, e disse, que se queriamos tanto esperar, que assim fosse. Lauzen chegaria, daria a ele o livro e todos nós partiriamos, mas que agora, eu e Millo iriamos esperar de fato, e lançou sobre nós uma espécie de feitiço paralizante...não sei descrever, apenas sei que ficamos sem poder nos mover, e com uma dor imensa por todo o corpo.

Não demorou muito para que Lauzen e Tillian aparecessem. Prometheus recebeu Lauzen clamando para ele ser mais racional que todos nós. Perguntava o que ele fazia lá, sendo que ele, como Deus da Morte havia dado a vida, o mundo, e praticamente tudo aos seres vivos, e nós, estavamos lá invadindo seu castelo para derrota-lo, uma grande heresia. Mas, Prometheus disse, que como o Grande Deus, perdoaria nossa invasão e nos deixaria ir todos devolta a nosso mundo...bastaria que Lauzen lhe entregasse o livro.

Lauzen por sua vez, disse que o livro não estava com ele. Prometheus discordou e dúvidou da palavra do paladino, paralizando no ato aos outros integrantes do grupo. Em seguida, ordenou ao Ser Perfeito, que nos revistasse. E assim ele o fez, revistando a nós e nossas mochilas. Após passar por Millo, o último a ser revistado, o Ser apenas negou com a cabeça que o livro estivesse ali, para logo em seguida caminhar na direção do Deus da Morte. Assim que se prostou a frente do mesmo, o Ser Perfeito puxou sua espada e a trepassou no peito do Deus da Morte, para surpresa de todos.

O Ser perfeito em seguida, levou a mão até o local onde não havia um dos olhos (Denominação do apelido, Um Olho, que ele tinha), e abriu a pele, revelando um agora olho demoníaco. E em seguida, ele falou, em um tom gutural e um tanto demôniaco.

"Enfim Prometheus, venho até ti, em um corpo que posso derrota-lo."

A voz vinha daquele que claramente conheciamos. Orcus. Mia se encolhia no trono, claramente amedrontada, Orcus por sua vez se virou, sorrindo. Disse a nós que assim que terminasse com Prometheus, como agradecimento por termos ajudado ele, ele nos mataria logo em seguida....Porém, o sorriso do demônio, logo desapareceu. Prometheus por sua vez, mesmo que sangrando, sorria, e logo depois, passou a puxar a espada contra si mesmo, respondendo a mesma altura.

"Orcus seu Imbecil. Você acha mesmo que eu não sabia que você faria isso? Você não pode roubar meu poder divino, pois eu já não tenho mais!"

Naquele momento, Prometheus começou a cuspir muito sangue. A Face de Orcus já mudava drásticamente para o desespero. O demônio tentava se soltar, e Prometheus o segurava, o sangue começava a envolver a ambos, e foi nessa hora que o feitiço de paralisia se soltou. Nessa hora, corri até Mia que estava próxima a ambos, e a afastei. E foi quando uma Terceira voz, surgiu, um homem carregando um tridente logo se aproximou. Claramente, o Deus Ocean.

Prometheus por sua vez, olhava para o demônio que tentava se soltar desesperadamente, e dizia ao mesmo, que daquela prisão, ele nunca mais sairia. Que tudo tinha corrido conforme ELE havia planejado. E agora, era hora de dar fim nisso tudo, e então, o Deus da morte se soltou, e logo em seguida, Orcus e uma área em volta do mesmo congelou, trancando o demônio dentro do corpo do ser perfeito, possívelmente para sempre.

Prometheus sentou-se em seu trono, ainda perdendo muito sangue. Mia colocou-se ao seu lado, segurando a mão do Deus da Morte, que logo passou a falar, e pediu desculpas, uma vez que tudo se tratava de um plano para prender Orcus, de uma vez por todas. Não havia luta com Solaris, não havia guerra, tudo havia acontecido para prender o espírito daquele que já tinha o corpo lacrado.

Ocean tomou a palavra, falando que o plano havia sido desenvolvido por ele e seu Tio, em uma tentativa final, já que mesmo com o corpo preso, Orcus ainda movia-se utilizando de seu espírito. A nova prisão, encerraria a liberdade do demônio. Prisão essa, que até hoje apenas 1 ser havia conseguido se libertar. O Deus Tempest. Para Orcus, utilizar do corpo do Ser Perfeito, seria a chance que ele teria de roubar a centelha divina de Prometheus, e ele mesmo se tornar um Deus, entretanto, já prevendo isso em seu plano, logo no início do ataque de Orcus, Prometheus transferiu praticamente todo seu poder para Mia, deixando apenas uma pouca parte consigo, no intuito de iludir Orcus. O plano enfim, havia dado certo, mas Orcus em si, conseguiu absorver pouca parte do poder, e elevar-se a divindade.

Millo e Lauzen por essa hora, já tentavam curar Prometheus. Lauzen dizia, que apesar de tudo ele simplesmente não deixaria nínguem morrer daquela maneira. O deus da Morte sangrava sem parar, e ele mesmo dizia que nada poderia cura-lo, apenas um deus poderia fazer isso, e neste caso, uma deusa em especial, mas que ele não pediria isso a ela.

Quando questionei o porque de tudo aquilo, ele não soube responder. Apenas disse que precisava de quem ele mais confiava, eu. Pouco depois, Prometheus suspirou e fechou seus olhos pela última vez. Mia a seu lado, não expressava nada...era possível que a morte do próprio pai, já estivesse inclusa no plano...

Poucos momentos depois, o Monge que nos guiou apareceu novamente, carregando o livro que Lauzen havia lhe dado. Mia disse ao monge (Li era seu nome), que os serviços dele não mais eram necessários, e que caso ele desejasse, ela poderia liberta-lo para que voltasse ao mundo material, mesmo que, para ele, fosse algo totalmente diferente.

Ocean por sua vez, propos nos enviar devolta a nosso mundo, mas acima de tudo, pediu que protegessemos o livro a qualquer custo. Disse ele que era possível aos deuses escreverem no livro, mas que ele não o faria porque era errado. Somado a isso, Mia disse que libertaria toda a energia de Elenor para Millo, crente de que desta vez, talvez ele tivesse aprendido a lição, e Millo pediu para poder voltar ao plano material com os poderes que antes tinha.

Quando todos iam saindo da sala do trono, pedi a Ocean que me desse apenas alguns minutos, e o mesmo atendeu minha solicitação. Com a sala vazia, questionei Mia sobre o que ela faria dali para frente, e a resposta foi que seria necessário dar continuidade ao que Prometheus fazia. Também a questionei sobre o que ela sentia, e o que ela sentiu, e mesmo cabisbaixa ela respondeu que nada.

Não faria mais perguntas naquele momento delicado. Talvez, nem deveria ter feito aquela própria pergunta. De qualquer maneira disse a ela, que viveria o máximo que pudesse, uma vez que agora já tinha certeza de que enfim, teria paz ao lado dela após a morte, e depois de tanto tempo, muito a meu ver, nos beijamos.

Me voltei para o grupo junto do Deus Ocean, e o mesmo logo nos envolveu com água (Conseguiamos respirar normalmente dentro da esfera dele), e subtamente, disparamos em uma direção. Dentro da esfera, sentiamos como se estivessemos a uma velocidade monstruosa passando por dentro de um gigantesco oceano. Passaram-se vários minutos até pararmos.

Ocean nos informou que teria que nos deixar ali, mas nos lançaria o mais próximo da terra possível, pois naquele momento, outros assuntos dependiam da atenção dele. Também nos foi avisado que com o lançamento, poderiamos perder a consciência, mas que nada de danoso ocorreria.

E assim foi. O Deus Ocean nos lançou, e eu por minha vez, apaguei. Quando acordei, estavamos em uma praia. Boa parte do grupo já havia acordado, e ao contrário do que sentiamos dentro do Plano dos Mortos, chegamos exaustos, famintos e com muita sede. Depois que todos acordaram, e fomos nos organizando, um guerreiro a cavalo veio se aproximando.

Já com as armas em punho, analisamos o mesmo assim que ele se aproximou. Ele utilizava o Sol, semelhante ao dos Templários do Oeste, porém com um cálice na parte inferior da tabarda. Dizia ele, que tinha vindo para ajudar, conforme lhe havia sido confidenciado.

Quanto tempo havia passado? E quem acima de tudo era aquele cavaleiro? O que diabos teria ocorrido desde nossa partida...?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Capítulo 25 : A Penitência Parte II - Verdades

Data do Jogo: 18/01/2010

Após a realização do meu teste, seguimos pela névoa...o resto do grupo ainda tinha que passar por suas próprias provações. Alguns momentos de caminhada, e acabei "acordando" no deserto. Ragnar despertava a mim, e a Tillian. Apenas nós estavamos ali.

Ragnar perguntava de Millo, mas nada soubemos responder. Tillian logo passou a falar que aquilo era um teste. Que Ragnar era só uma ilusão, apesar de não saber que era uma ilusão...foi algo tão confuso que nínguem acabou entendendo. Perguntamos o que tinha acontecido, e Ragnar disse que tentou voltar para Prost seguindo ao norte, mas se perdeu e acabou nos achando ali, a alguns metros do local onde haviamos lutado com o Monge, Sorvedor de Lauzen.

Para poupar o tempo de perguntas, resolvemos seguir viagem. Caminhamos por algumas horas, até nos depararmos com um grande oasis. Resolvemos fazer uma pausa por ali, e cada um seguiu seu lado. Passaram-se alguns momentos até que Lauzen chamasse nossa atenção. Uma pessoa se aproximava envolta em um manto. Conforme a figura se aproximou, revelou-se sendo Katrinne.

Cumprimentamos a Elfa, não vista a tantos anos (Se bem que para ela haviam se passado apenas alguns meses). Tillian logo tratou de cumprimenta-la de todas as maneiras possíveis. Katrinne dizia não ter achado a Cura para Chronos, mas que havia descoberto que Kroza sabia do Livro. E sabia que ele estava com Lauzen, e enviariam quantos homens fossem necessários para busca-lo, já que era o que eles queriam.

Ragnar mostrou-se confuso, e então Lauzen explicou que o livro estava com ele. O livro da Criação. Ragnar ficou em choque, confuso, dizia que o grupo havia se arriscado por causa daquilo, e que todos correriam perigo. Que nínguem deveria ter sido envolvido nisso, ELE não deveria ter sido envolvido nisso. Estranhamos bastante a reação de Ragnar, mas era compreensível...ele infelizmente tinha razão de estar instável, afinal, o Pai dele havia morrido a pouco...

Mal conversamos, quando um pequeno grupo passou a se aproximar. Cerca de 15 homens liderados por um grande soldado vestindo uma Fullplate completa e fechada, negra como a noite. Vesti minha armadura e me preparei para o conflito. Tillian se escondeu e Lauzen se colocou a frente de Katrinne, que estava bem nervosa naquele momento. O Homem que nos abordou logo falou que deveriamos entregar o livro, em nome do grande Rei Deus, ou tirariam de nós.

Mesmo com o princípio de uma discussão, já estavamos prestes a puxar as armas, quando tudo foi interrompido por um grito de Tillian. Olhei para o lado, e vi ele caindo inerte no chão, provávelmente morto. Katrinne ia se afastando com o livro, e eu logo parti para atacar o general.

3 Golpes ele desferiu, e antes mesmo de eu revidar, Lauzen passou a gritar para interrompermos o ataque. Que eles deveriam levar o livro, porque ele não arriscaria as nossas vidas, e de nossos amigos. Fiquei em posição defensiva mas encarei aqueles olhos. Conforme fitei com o olhar, Ragnar passava com o livro em mãos, enquanto Katrinne o seguia sorridente. Traidores. Malditos Traidores. Por mim, viraria contra os 3 e os derrubaria, mas sem saber a verdadeira situação de Tillian, e estando em desvantagem numérica (E de poder), ficaria difícil.

Conforme o esquadrão Recuava, apenas aquela armadura ambulante ficou a frente. E quando estavam bem afastados, ele se desfez em uma nuvem de fumaça negra. Fui checar Tillian enquando questionava Lauzen sobre deixar o maldito livro ser levado. Tillian havia morrido, e o livro com eles para alterar a criação inteira como desejassem.....e mais uma vez, despertei no mundo dos mortos.

O teste de Lauzen havia acabado. Mas o Livro havia desaparecido. O Monge disse que tudo que viviamos, era realidade, e não apenas falsidade. Mesmo ouvindo aquilo, me levantei e segui novamente pelo caminho. Antes de conseguirmos enfim chegar a última parte do teste, acabei ficando desacordado mais 2 vezes, os testes de Bors e Tillian, não foram vistos por mim.

Conforme passamos, o castelo agora se colocava praticamente a nossa frente. O monge dizia que ainda havia um último deste antes de sermos agraciados. Teriamos que confrontar nosso Oposto. Nós, totalmente diferenciados. Eu ignorei os avisos, e mais uma vez segui. Quanto mais rápido chegasse ao castelo, mais cedo veria a verdade com meus olhos. Adentrei a névoa apenas para encontrar uma pessoa ruiva ajoelhada. Vestia uma armadura Púrpura completa, marca dos Dragões de Cormyr, e empunhava em suas mãos a Presa de Thauglor, a espada forjada por Baldur e eu com os fragmentos da espada de meu pai. O rapaz se ergueu, e logo falou que eu não deveria seguir, pois a frente somente havia morte.

Eu disse que não tinha o que perder, e que deveria descobrir a verdade, e ele retrucou dizendo que a verdade não era boa, e que eu não deveria ve-la. Se eu seguisse, Mia estaria lá, e ela faria um pedido que eu não poderia recusar. Perguntei qual, e a nevoa atrás dele se dissipou revelando o corpo de todos os meus amigos, menos Millo. Ele disse que se eu seguisse, eu viraria ele, e que o destino de meus amigos seria traçado. Novamente segui em frente, dizendo que o Destino é feito pelas pessoas, e ele disse que o destino já era traçado. E eu sai da névoa, crente no que estaria para acontecer.

Mais a frente, encontrei novamente Lauzen, Tillian, Bors e o Monge. Nos questionamos sobre termos enfrentado nossas cópias e novamente seguimos em frente. A Nova névoa desta vez, me levou direto aos portões do castelo, como eu queria. Abri os portões e segui rapidamente pelos corredores do castelo, com a espada em punho, sem as chamas.

O mesmo corredor, os mesmos quadros e a mesma porta no fim do corredor. A Abri com um empurrão e dei para o salão. Prometheus no Trono, Mia de pé de um lado da sala, e mesmo Millo também ali. O deus da Morte me deu os parabéns, dizendo que ficava feliz em saber que eu havia sido o primeiro a chegar no local. Questionei sobre o parentesco de Mia e Prometheus, sobre o caso de Prometheus poder chamar todos de filhos, uma vez que tinha dado a vida a todos eles, e ele respondeu que de fato, mas ela era a filha de sangue dele.

Ainda sem acreditar, perguntei sobre Millo, e eles me responderam que ele era apenas um conhecido de muitas vidas passadas. Alguem que já havia passado por lá muitas vezes...O recipiente do espírito de um antigo mago, a quem Prometheus havia "preso", adicional a isso, Prometheus explicou que eu havia vivido várias vidas anteriores, cujo objetivo ainda havia sido o mesmo, proteger a filha dele. E por isso que ele dizia, que meu presente seria que eu poderia viver com Mia ali, em paz, como sempre havia desejado, excluindo todas as possíveis punições pela invasão, pelo sacrilégio....ao contrário de meus amigos.

Mesmo assim, ainda perguntei porque daquilo tudo. Porque de deixar tudo aquilo acontecer, desde a queda de Kroza, até todos os anos que passei procurando por ela, se tudo era mentira! E ele disse com tranquilidade, que aquilo tudo tinha que acontecer, senão eu não estaria ali conversando com ele. Disse também, que Orcus havia apenas bancado o idiota, e que ele havia se aproveitado do Plano de Orcus para criar o ser perfeito apartir da filha dele, detalhe esse que ainda guardava mais um segredo....

Mia, nunca foi estuprada. Mia apenas recebeu a centelha divina de Lauth, na criança que já portava em seu ventre. Mia, carregava um bebê. O Meu filho. Mia quando foi levada, já estava grávida, filho de nossa primeira noite juntos. O Ser Perfeito, era meu filho.

A Notícia foi uma daquelas que você sente como se um Orc tivesse atingido seu peito com um Martelo de Guerra, enquanto estava em fúria. Eu já não sabia o que falar, o que pensar, ou o que fazer...e Prometheus, me pediu para escolher. Estar com eles, ou com os meus amigos. Ter a vida desejada, ou continuar em lutas, contra praticamente tudo?

Essa decisão.....eu já não sabia qual seria.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Capítulo 24: A Penitência, Parte I

Data do Jogo: 12/01/2011

Depois que Millo efetuou o ritual, acabei perdendo a consciência. Tudo que sei, é que provávelmente pouco tempo depois fui acordado por Lauzen, enquanto Tillian me dava boas vindas por entrar no mundo dos mortos.

Tudo que vi naquele lugar, foi uma pequena plataforma de rocha (onde estavamos), que beirava um imenso abismo, e de costas para nós, um portão gigantesco com um crânio prateado no meio. Tillian e Lauzen não paravam de questionar o fato de eu ter chego ao mundo dos mortos, uma vez que Urlag e Tenner não pretendiam morrer para nos dar passagem, além de onde estavam Millo e Ragnar.

Contei a eles de todo o ocorrido. Como Urlag tinha morrido nas mãos de Hakin, impossibilitando sua vinda, como Ragnar havia matado o assassino, como eu havia matado Tenner, e para a surpresa, como Hakin era também o sorvedor de Millo. Antes mesmo de completar essa parte, Millo surgiu em meio a uma grande ventania, desacordado. Conforme nos aproximamos para desperta-lo, Millo acordou meio que agitado. Mesmo sem explicar porque, estava assim, ele logo se levantou.

Millo e Tillian começaram a tentar abrir a fechadura do grande portão, enquanto eu ficava observando o abismo em nosso entorno. A plataforma onde estavamos, era suspensa em um monte de corpos empilhados que se moviam como que sofrendo. Ficamos alguns minutos ali, imaginando como sairíamos e seguiriamos para o tal castelo que ficava no fim da estrada atrás do portão. Após alguns momentos, visualizamos ao longe uma espécie de jangada.que vinha em nossa direção. Parecia estar flutuando no ar, e dentro dele havia duas pessoas.

Lauzen verificou se havia uma aura maldosa na embarcação, mas o que descobriu foi que muito pelo contrário, havia uma aura de grande bondade ali. Conforme o navio chegou, as pessoas se revelaram. Uma era um halfling, que chamamos de "monge". E a outra era Bors, translúcido, mas era ele.

O Monge logo disse, que o portão não se abriria, pois isso nunca havia acontecido antes. Mas ficava feliz em saber que a profecia da vinda de pessoas vivas ao mundo dos mortos havia ocorrido. Ele disse que nos guiaria até o castelo, mas por 1 dos 3 caminhos existentes por onde deveriamos ir. Porém, ele avisou que o caminho para onde nos levava, era um caminho para vivos, e isso poderia apresentar grande risco para Bors, já que ele estava morto. Mesmo assim, a decisão prevaleceu e resolvemos seguir pelo caminho destinado a nós, o Caminho do Penitente.

Logo em seguida, o monge subiu na jangada, e falou com o ser que eu não havia notado antes. Um homem vestindo um grande manto negro, que quando ergueu o rosto, notamos que a parte de baixo do rosto dele era apenas de ossos, um esqueleto, O Barqueiro. Todos nós subimos no barco e logo fomos sendo guiados. A sensação era de estarmos em um rio, mas estavamos flutuando praticamente no nada. Naquele local, não sentiamos fome, sono ou cansaço. Eramos seres Extra-planares no mundo dos mortos, obviamente.

Demoramos um tempo até chegar ao local onde deveriamos ter ido, um caminho trilhado a beira do abismo também, da mesma maneira que o do local onde haviamos chego ao mundo dos mortos. Lá, não havia portão entretanto, havia uma trilha reta, por onde seguimos. Não demorou muito para chegarmos até um local onde havia 3 seres. Um Lobo, Uma Hiena e um Chacal.

O monge informava, que os 3 eram cães de Prometheus. Representavam os 3 principais pecados, e eram os juízes do mesmo. Eles determinavam quem era digno de seguir pelo caminho do penitente. O Orgulho, O Egoísmo e A Violência respectivamente. Armas não os afetavam, e sempre que alguem se aproximava eles que farejavam os pecados da pessoa.

Já que não havia o que se fazer, fui indo na frente na direção dos cães. O lobo ergueu o focinho farejando o ar, e logo começou a latir. Afastei os braços e começei a andar um pouco mais devagar, mas acho que de nada adiantou aquilo. O lobo correu em minha direção e saltou, me derrubando no chão e mordendo diretamente meu pescoço. A dor foi gigantesca, porém, o que mais afetava eram as visões que passei a ter naquele momento. Não sei dizer se foi ilusão, ou se foi uma versão do futuro. O que vi, foi minha luta por levantar Cormyr, falhando. Anos desperdiçados em uma tentativa inútil e vazia apenas para tentar levantar aquilo que havia caído.

Assim que o lobo soltou, eu consegui novamente observa-lo preparando-se para um ataque. Ele me observava como se esperasse para atacar novamente. Estava sem fôlego, sangrando, sem forças...me questionei o porque daquilo tudo...e logo em seguida, ele atacou novamente, desta vez mordendo e puxando um pedaço de carne um pouco abaixo do pescoço. As visões logo voltaram. A queda do Reino para Kroza, o sentimento de sofrimento das pessoas que viam seus semelhantes assassinados conforme as tropas avançavam, a morte do rei e da Rainha....e logo em seguida a visão da Morte da Princesa. Pouco depois, o lobo saltou de meu corpo...não consegui ver porque, mas apenas assistia o grupo gritando para mim, mas nada pude ouvir. Sabia que estava perto de morrer,e aos poucos soube o que era o significado daquilo tudo.

"Você carrega um Peso grande demais, que nem mesmo te pertence. Esse peso impede que você mostre seu verdadeiro potencial, te deixa pesado, mesmo sem sua armadura."

Faustin tinha razão. O peso de estar correndo com o objetivo de levantar Cormyr, e ignorar o resto do mundo, me fazia de fato egoísta. Quando o lobo voltou, eu disse me arrepender disso, que de fato lutar para levantar Cormyr apenas, ignorando o resto do mundo era errado...talvez essa declaração tenha sido o que fez as feridas começarem a fechar novamente...mas para o Lobo ainda faltava algo. Parecia com que ele quisesse que eu também me arrependesse de ter dedicado minha vida inteira a Princesa. Mas ali, não era apenas se arrepender e seguir. Era algo como se arrepender e abandonar aquilo de coração, senão, seriamos devorados pelos Cães e jamais terminariamos nossa missão.

Mas eu disse que não me arrependia de viver com Mia e por ela....e o Lobo me atacou novamente, desta vez praticamente devorando meu braço. A visão que tive, foi do início de nossa jornada. A Frustração e visão de meus amigos enquanto eles lutavam e eu ficava para trás somente para defender a princesa. Vi quando discuti com Boro, para ir sozinho para Kroza e fui preso e torturado por isso, e toda a frustração deles. Dai vi, o que o Lobo queria que eu fizesse, meu arrependimento, e o que deveria mudar, não era o sentimento por ela. Mas sim a importância em demasia que era dada, a ponto de abandonar o meu time, meus amigos a morte por ela. E disso, me arrependi, e o lobo me liberou.

Me levantei e fui em direção ao grupo, Millo estava intacto e Lauzen segurava um livro. Dizia ele, que aquele era o Livro que haviamos procurado. Aquele onde a história é escrita e ocorre, e que a muito estava com ele, mas ele se arrependia de não ter dividido isso com o grupo. Aquele era seu Egoísmo.

Millo por sua vez, não havia sido atacado por nenhum dos cães, o que fez com que todos se surpreendessem. Bors surgiu pouco depois e Tillian veio por último. Nesta espera, minhas feridas logo se fecharam, e meu braço se regenerou...as coisas de fato eram diferentes no mundo dos mortos.

Logo após isso, o Monge veio a nós, também não sendo atacado. Ele disse que todos estavamos no caminho certo....mas o não ataque contra Millo, dava a ele a chance para ir pelo Caminho do Abençoado, o segundo dos 2 caminhos...e o mais curto, sem penitencias. Todos do grupo concordaram, que seria o melhor para Millo. E assim, o monge o levou até o caminho, e nós fomos seguindo.

Alguns momentos se passaram no meio daquela caminho, até adentrarmos em uma densa névoa. Em algums momentos, nos deparamos com a entrada do castelo. Confeso, que antes de entrar na névoa, ele estava a uma distância gigantesca. Simplesmente surgir assim, na frente do castelo de portas abertas foi extremamente estranho....mas mesmo assim adentramos no local. Seguimos por um longo corredor bem mal iluminado. A única iluminação que tinhamos era a luz vinda de uma sala aberta ao fundo do corredor. Nas paredes, haviam vários quadros de um homem, com cães em sua maioria. Lobos, Cachorros, Hienas e chacais...o rosto era familiar, mas não dava para se pensar em quem era. Mais a frente, surgia um quadro diferente de todos os outros. O mesmo homem, agora segurando a mão de uma pequena garotinha Loira, e de cabelos encaracolados. Também...extremamente familiar.

Quando entramos na sala, havia um verdadeiro trono, com o Homem dos quadros, Prometheus, sentado nele. A sua frente, uma mesa com 3 objetos cobertos em redomas de vidro. Uma Pedra, A pele de um animal, e uma rosa. Os 3 objetos entregues a Prometheus conforme a mitologia sobre a criação do mundo...

Prometheus logo começou a se pronunciar. Dizia ele que dava a vida a todos, alimento, familia, e tudo que todos precisavam. E mesmo assim, nós, invadiamos seus domínios, aceitavamos um presente de Orcus, e vinham agora desafia-lo e tentar destruí-lo. E porque?

Lauzen tomou a dianteira, e começou a falar com Prometheus. Dizia que haviamos vindo, não para destruí-lo, mas para impedir que o mesmo enfrentasse os deuses, e prejudicasse a todos. O Deus da Morte, por sua vez questionou se alguma vez, uma luta dos deuses destruíu o plano material? E se, algum de nós se incomodava com a briga dele com Solaris, uma vez que era este seu único alvo.

A conversa se estendeu por alguns momentos, mas Prometheus sempre usava argumentos que eram válidos, e começaram a fazer Lauzen duvidar do fato de termos ido para lá. Com que finalidade afinal? O plano Material estava salvo, a guerra não nos prejudicaria, mas haveria mudanças. Foi quando Prometheus perguntou, se tinhamos idéia do Sacrilégio que haviamos cometido.

Lauzen disse que sabia, e que nós estavamos prontos para pagar por isso. Eu de fato tinha minhas dúvidas da necessidade de ir para o mundo dos mortos, mas ainda mais, tinhamos que tirar o Ser Perfeito de Prometheus. Para mim, aquilo era muito poder utilizado, mesmo para um Deus que queria apenas vingança.

Eis que Prometheus chama sua filha para dar o castigo a todos. De uma porta lateral veio uma garota, com um vestido negro. Cabelos encaracolados, loiros e olhos mais verdes do que da última vez que havia a visto. A Princesa Mia Windsor, a filha do Deus da Morte Prometheus.

Eu chamei por ela, mas ela logo caminhou em direção a Lauzen, passando antes por seu pai, que lhe entregou uma enorme foice. Ao chegar próximo o suficiente, a garota moveu a foice com rapidez, passando a lâmina da foice com rapidez pelo pescoço dele, decapitando-o. Assim que isso ocorreu, uma dor imensa surgiu em meu pescoço, me fazendo ir de joelhos ao chão e cuspir sangue. Tillian correu até o corpo de Lauzen, como se fosse tentar fazer algo, e nesse meio tempo
Mia se virou para Bors, Trespassando o corpo do mesmo com a outra ponta da foice, direto no peito. Novamente, a dor me aflingiu, como se sentisse a dor por eles. logo depois, ela se virou para mim, mas envolvendo a cabeça de Tillian com a foice. Antes mesmo do Ladino reagir, a lamina já havia feito mais uma vítima.

Com um olhar gélido, ela ficou a minha frente, curvando a foice e deixando a ponta da mesma apontada diretamente para meu coração. Ela perguntava se eu tinha mais algo para dizer antes de morrer. Eu simplesmente não podia acreditar...todos mortos, e a algoz disso tudo aquela que jurei proteger, e que era a filha de um Deus...não, nada daquilo podia ser verdade. Apenas mentiras....ilusões...impossibilidade. Naquela hora, saquei a espada, já a irrompendo em chamas, clamando que ela não era a minha Mia.

O golpe foi surpreso, fazendo-a recuar e preparar um novo ataque. Eu rolei para trás, posicionei novamente a espada, desta vez, removendo suas chamas, e assim que ela golpeou eu revidei. A Lamina da foice afundou sobre meu ombro direito, e a espada trespassou o corpo da princesa. Ao erguer novamente o rosto, a dor da arma dela, simplesmente desapareceu. E uma nova visão veio a minha mente....muitos anos antes, no castelo de Cormyr. Ainda era o meio da tarde, e estavamos passando pelo jardim do castelo. Foi quando ela virou-se com os olhos marejados, e me pediu desculpas. Me perguntei o porque, mas ela nada respondeu, apenas me abraçando....e ali estavam aqueles olhos, agora derramando lágrimas como os meus. Ela novamente me pediu desculpas...e eu novamente perguntei o motivo.

Tudo ficou escuro logo em seguida, e quando abri os olhos estava novamente no caminho da névoa. Todos estavam ali vivos, e eu com meu ombro ensanguentado e dolorido, com o corte aberto. Bors se aproximou perguntando se eu havia a atacado, mas naquela hora eu mal dei ouvidos, estava perdido em meus próprios pensamentos.

Guardei a espada na bainha, e voltei a caminhar, sem ouvir nada, nem talvez mesmo sentir. No mundo dos mortos, tudo é uma ilusão...aquilo não pode ser verdade, mas mesmo apenas de viver aquilo já me bastou para sentir uma ferida talvez mais profunda da que qualquer coisa física.

Lutar com Mia, para mim é impossível, e eu sei disso. E mesmo assim, lutei, apenas por acreditar que aquela era uma farsa....Entretanto...ficou a dúvida.