quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Capítulo 27: O General Gelido

Data de Jogo: 29/01/2011

O cavaleiro logo se aproximou de nós, dizendo que ele havia sido avisado sobre um grupo de guerreiros que chegaria a uma praia. Muitos da ordem dele não acreditaram, mas ele se ofereceu para vir até nós.

Seu nome era Lok'tar. Um Cavaleiro do Cálice. Sua ordem o havia enviado para proteger um grupo que estava para ser atacado por demônios. Mesmo assim, o cansaço e a fome acabaram não ajudando e acabamos preferindo ficar e dormir na praia mesmo. Preparamos nossas  barracas, e dormimos enfim (Os efeitos de termos passado esse tempo no plano dos mortos parecia nos afetar agora).

Acordei um bom tempo depois, já relativamente descansado. Sai da tenda apenas para ver Lauzen levemente irritado caminhando para o lado oposto de Tillian. Nem cheguei a perguntar o motivo...apenas fui me sentar próximo a Millo. Eu tinha uma dúvida, que talvez fosse levemente impressão, mas de nada custava perguntar. Perguntei a Millo, o que ele tinha na Mochila, quando o Ser Perfeito havia a revistado. Lauzen logo passou a me acusar de estar de desconfiança com ele. Após um rápido esclarecimento, Millo disse, que dentro de sua mochila, carregava o Olho de Orcus, conforme parte do acordo entre ambos para que ele tivesse acesso aos rituais de envio e volta do mundo dos mortos.

Questionei ele, do motivo de não ter revelado aquilo antes, mas naquela hora, já nem adiantaria mais. O que importa é que nós estavamos bem, e afinal, vivos. Depois que todos despertaram, comemos a comida feita por Millo, juntamos nossas coisas e nos preparamos para viagem. O local mais próximo (e também onde poderiamos ter acesso a mais informações), era uma torre que pertencia a Nextar. As informações que tinhamos recebido até agora, foi o que o Lok'Tar (O cavaleiro do Cálice) nos contou. O Império de Kroza havia se reduzido apenas a sua cidade, ainda reinada pelo Rei Lauth (Que agora o mundo tinha crença de que realmente ele poderia ser um deus, visto que haviam dito, que o agora Rei Yaggi, havia matado-o e levado o corpo para longe...apenas para verem o rei, voltar a seu trono).

As Terras livres, assim como grande parte do antigo Reino de Kroza, agora pertencia as Tribos Bárbaras. Tizar havia se movido para uma Ilha, saindo do continente e para fora do controle dos Justiciares, que agora controlavam os Reinos da Aliança do Norte (que havia sido feita para combater Kroza), e mudado seu nome para Tizare.

Também nos foi dito, que os Elfos da Floresta, lutavam contra os Bárbaros que reinvidicavam a mesma como parte de suas terras, e os Drows, mantinham-se em suas cidades, como que esperando pelo retorno do profetizado (Suspeitavamos que havia algo a ver com a promessa de Tillian para Mobius...mas apenas especulações...)

De qualquer maneira, nos preparamos, e seguimos enfim, para a Torre de Nextar. Passaram-se alguns dias até chegarmos na mesma. O local em nada lembrava Nextar em si...havia muita música, festa e danças. Pareciam muito mais bardos do que magos própriamente ditos. O grupo em si foi se dividindo, cada um indo para um determinado lugar (Em especial Tillian e Millo que pareciam ter ido comemorar com algumas garotas...)

Por sua vez, eu e Lauzen nos dirigimos a torre central, em busca de mais informações claro. Assim que abrimos a porta e fomos entrando, uma voz nos disse na mente "Não entrem na torre....", mas até ai, já estavamos de frente para um elfo, que se apresentou como Raziel. Fizemos algumas questões a ele, entre elas se seria possível encontrar um amigo nosso. Ele pediu descrições sobre a pessoa, e passamos a descrição de Ragnar. O problema foi logo depois que ele pediu um Item que tivesse pertencido a Ragnar....não nos lembravamos de nenhum...até me recordar como havia conseguido meu escudo.

Entreguei o escudo ao elfo e o mesmo disse que logo voltaria após tentar efetuar o encanto, e logo em seguida se retirou do salão. Antes mesmo de tomarmos alguma atitude, um grupo de pessoas começou a descer as escadas. Havia um elfo atrás de um homem totalmente tatuado que logo reconhecemos, era o mestre de Rituais de Nextar que havia nos ajudado a muito tempo atrás...

O elfo falava que ele não precisava fazer isso, que se fosse necessário comprar a torre, ele compraria, ele tinha dinheiro. Falava que os métodos de ensino da torre dele eram eficientes e etc....a conversa foi se prolongando até eles saírem da torre. Quando chegaram lá fora, já era possível notar que a música até havia parado...a presença daquele mago, deveria influenciar fortemente os integrantes da torre ali. Tudo que podíamos ouvir era o elfo tentando dialogar com ele, até que o mesmo passou a responder.

Clamou que o que estava sendo treinado ali, eram bandidos e vagabundos. Nada a ver com a seriedade dos estudos promovidos em Nextar para se formar os verdadeiros magos. O Conselho deveria decidir se aquilo tudo mudaria, ou se a torre deixaria de ser parte da cidade dos magos, pois tudo ali não passava de uma vergonha. Seguido a isso, o silêncio, e o mago se retirou. O Elfo, que carregava um violão nas costas, pareceu particularmente ofendido, apesar de não ter retrucado para o mago, e logo voltou para dentro da torre.

Lá, ele se apresentou como Ananiel, o líder e professor das pessoas ali. Ele logo explicou que aquela torre havia sido fundada a um certo tempo, e os alunos desgostosos com os ensinos de Nextar foram com ele para aprender a vida e os estilos dos Bardos (apesar da torre em si ainda ser uma espécie de protetorado de Nextar).

Conversamos um certo tempo, tentando descobrir tudo que havia acontecido.A Morada dos Imortais estava de pé, as tropas “bárbaras” que invadiam a floresta dos elfos, eram elfos que já haviam morado lá. Adicional a isso, Ananiel chegou a duvidar sobre os contos de que uma gigantesca e muito poderosa criatura havia despertado, e sido enviada de volta ao mar por apenas 3 pessoas. Também nos contou novamente sobre a história do “Rei Deus” de Kroza...e entre outros detalhes.

Pouco tempo depois a essas perguntas, Raziel voltou com meu escudo. Ele disse que por um breve momento, conseguiu detectar a presença de Ragnar, mas logo em sguida foi bloqueado antes de conseguir fixar uma posição. Mesmo levemente decepcionados, agradecemos a Raziel...apenas para ouvir uma trombeta ser soada ao longe.

Ao ouvir isso, todos saíram da torre para observar o que poderia ter acontecido, e foi ai que tivemos uma surpresa. Ao longe, um acampamento inteiro estava montado (Onde antes não havia nada), portando um estandarte de um coração coberto de gelo. Da fileira das tropas, um cavaleiro se destacou e veio até nós.

Dizia ele, que eles haviam detectado uma tentativa de se localizar seu general através de magia, vinda da torre, e gostariam de saber o verdadeiro motivo. Lauzen por sua vez, logo afirmou que desejavam falar com Ragnar, e nos apresentamos.

O soldado por sua vez, disse que o General Ragnar já havia falado sobre nós, e pediu para que o seguíssemos até o acampamento. Lok’tar disse que ficaria na torre, e nós enfim, seguimos ao acampamento dos guerreiros.

Fomos conduzidos pelo acampamento até a maior tenda do local. Todas as pessoas ali, pareciam ser Norus...só que bem mais brancos. Assim que entramos na tenda, estava Ragnar, sentado em uma cadeira de pedra. Ao seu lado um gigantesco guerreiro Norus, e do outro um pequeno ser azul. Nós todos nos cumprimentamos e passamos a conversar sobre o que tinha acontecido com Ragnar desde nossa ida ao mundo dos mortos.

Ele nos contou, que havia passado alguns dias perdido no deserto com a Juba, Leoa Atroz de Lauzen, quando foi abordado por um Hastiff, que devia um favor para um Norus. Foi então que ele foi levado até a cidade de Warf. A cidade tinha o nome do Pai de Ragnar, uma vez que ela era uma cidade costeira, localizada ao fim do deserto.

Lá, Ragnar tomou sua própria decisão. Não viver mais a sombra de Yaggi ou de Warf, ele criaria a própria história dele, e então, tomou um barco para si, colocou Juba dentro dele, e navegou ao além do deserto, além da descoberta de seu pai. Por vários dias ele navegou, até chegar a um outro lugar. Uma ilha, ou talvez um continente...difícil descobrir, e lá ele ancorou. O continente era gélido, tão frio ou até mais que a própria terra dos Norus, e assim que desembarcou Juba fugiu de seu alcance. Durante sua busca por aquelas terras desconhecidas, ele acabou encontrando uma grande Redoma, onde todos os soldados que hoje compõem suas tropas estavam.

Diziam eles, que apenas um verdadeiro guerreiro seria capaz de quebrar a Redoma...e bem, o resto é história como dizem. Assim que os guerreiros foram libertos, todos juraram lealdade a Ragnar, transformando-o em seu líder e general. Com esse conto feito, Ragnar nos levou para fora da tenda, dizendo que haviam pessoas que nós deveríamos conhecer.

Ragnar foi nos apresentando seus soldados e líderes de suas tropas, aparentemente bem numerosas, inclusive o ser azulado, que era o Arquimago das tropas do General Gélido. Ele disse também, que suas tropas lutavam para fazer o que era certo, e por isso não tomavam um partido único. Lutavam pelos bárbaros quando necessário e da mesma forma pelas nações livres.

De qualquer maneira, alguns metros a frente, ele chamou o que considerava “Infantaria de uma pessoa só”. Era um ser que sinceramente eu jamais tinha visto. Um Orc, loiro e de cabelos azuis. Uma mistura interessante entre Norus e Orc...mais alto que ambos, e provavelmente mais feroz no campo de batalha que qualquer um dos dois, mas naquele momento se mostrou alguém educado, e respeitoso.

Passado isso, fomos levados até onde a Juba estava. Um homem com um chicote preso a cintura cuidava dela. Ele nos foi também apresentado (E sinceramente, ele era uma pessoa séria....até para uma pessoa muito séria).

Ragnar garantiu que Juba foi bem cuidada pelos soldados, sem sofrer nem mesmo um machucado. Pouco depois um dos comandantes de Ragnar informou que eles precisavam partir, e Ragnar logo se despediu. Tillian então perguntou se haveria um jeito de entrarmos em contato com ele posteriormente, e Ragnar se retirou dizendo que já daria um jeito nisso.

Lauzen aproveitou para perguntar para um soldado, se ele conhecia a Marca que Hakkin havia colocado nela. O soldado examinou, e logo em seguida removeu a marca com uma rápida magia.

Ragnar voltou logo em seguida, trazendo uma pérola. Ele disse que só conseguiu uma com o Arquimago, mas que se precisássemos, bastava utilizá-la para que as tropas dele fossem até nós, em casos de emergência, e então nos entregou ela, juntamente de cavalos, 1 para cada um do grupo. Novamente, nos despedimos, e saímos do acampamento das tropas de Ragnar, retornando até a Torre, quando o dia já ia se tornando noite.

Assim que voltamos para a Torre, o cavaleiro disse que havia conseguido um pequeno item para ajudar nossa viagem, e mostrou para nós, uma pequena casa que estava guardada em seu bolso. Pouco depois a jogou a alguns metros de nós e a pequena casa se transformou em uma grande mansão de 4 andares.

Entramos nela para ver o que havia por dentro, encontramos uma Biblioteca, vários quartos, cozinha, sala de descanso, entre outros diversos cômodos (Além de 2 cães de guarda para a noite).

Deixamos o Monge em seu quarto, e saímos da casa. Lok’Tar então trancou a porta da frente, e a casa logo se encolheu no tamanho que havíamos visto antes. Millo disse que parecia ser um formato diferente da magia “Mansão de Mordekainen”. Depois disso, planejamos como faríamos para seguir até a Floresta da Noite Densa mais rápido. Tillian propôs para Millo utilizar  a magia do “teletransporte”, carregando consigo a casa no bolso, e com todos nós dentro dela, o que seria, além de possível, menos desgastante para o mago.

Com a aprovação de todos, reabrimos a casa (Em seu formato de mansão), e entramos nela. Millo trancou a porta, e nós aguardamos...nada havia mudado de dentro da mansão. Só notamos que alguma coisa mudou, quando Millo reabriu a porta, e estávamos na Praia, onde supostamente Mobius havia morrido.

Lok’tar pegou a chave com Millo, e encolheu novamente a casa, guardando-a no bolso, e seguimos em frente. Entretanto, mal caminhamos alguns metros, e no horizonte, conseguimos ver o que pareciam ser 3 grandes águias voando em nossa direção, aparentemente agressivas...

...O que seriam elas? Só descobriríamos do pior jeito...

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